Friday, July 14, 2006

13 de Janeiro de 2006

Comboio como arma:

O Ministério Público deverá pedir um exame pericial psiquiátrico ao homem de 33 anos,
Cabo-verdiano, suspeito de ter atirado o jovem Bruno Leal para a linha férrea, junto à estação de Belém, na segunda-feira, e que teve morte imediata.
O suspeito estava em Portugal desde Dezembro de 2005 e tinha nacionalidade cabo-verdiana, encontrando-se detido no Estabelecimento Prisional da Gomes Freire, junto à PJ, após o Tribunal de Instrução Criminal ter decretado, na quarta- feira à tarde, a sua prisão preventiva. Fontes ligadas ao processo referiram ao DN que o homem não terá mais família no nosso País. Isto porque apresentou uma morada formal à PSP - supostamente de um familiar - quando foi detido nos primeiros dias de Janeiro, por ter empurrado uma mulher para a linha férrea de Oeiras, que só sofreu escoriações, e encontrar-se numa outra, de um amigo, no momento da detenção. Esta situação terá mesmo levado os investigadores a uma autêntica corrida contra ao tempo, já que era importante impedir que o suspeito voltasse a agir. Entretanto, o gabinete de Relações Públicas do Comando Metropolitano de Lisboa confirmou também que a primeira vítima atirada à linha desistiu de apresentar queixa, o que permitiu que o suspeito se mantivesse em liberdade. Talvez seja esta a razão de a CP desconhecer a ocorrência.
Bruno Leal, filho do coordenador do Serviço de Protecção Civil de Oeiras, estudava numa escola técnico-profissional e frequentava o último ano do curso de electricidade . Era conhecido como "excelente aluno". O funeral realizou-se ontem.

(in:http://dn.sapo.pt/2006/01/13/cidades/mp_pedira_exame_psiquiatrico_a_suspe.html)

Adenda:
Tudo em nome de uma missãoHouve um automobilista que não terá parado na passadeira junto ao edifício da Câmara Municipal de Oeiras quando o suspeito de homicídio tentou atravessar a rua. Foi o suficiente para o cabo-verdiano ficar perturbado. Dias depois, terá empurrado uma jovem para a linha de comboios da estação de Oeiras. O jovem foi de imediato interpelado pela PSP e contou os motivos do seu acto. Castigar as pessoas, por quase ter morrido numa passagem para peões, passou a ser a sua missão. A poucos metros, dentro do seu quiosque, Jorge Monteiro assistiu a tudo. Viu um vulto a empurrar a jovem, que se desequilibrou, deu um passo em falso e caiu sobre as linhas férreas. "A sorte dela é que, naquele momento, não havia comboios a chegar ou a partir", recorda o comerciante. "Teve tempo de se levantar e subir para o apeadeiro". O primeiro impulso de Jorge foi pensar que estava perante uma brincadeira de adolescentes, mas depressa percebeu que se tratava de um acto deliberado. "Chamei a PSP que, em menos de nada, chegou à estação para interrogá-lo". O cabo-verdiano falava alto e explicava que o incidente poderia até ter sido mais grave. Visivelmente revoltado, esclareceu aos agentes que esta era a sua forma de ensinar as pessoas a respeitar as passadeiras para peões. "Percebi de imediato que ele deveria sofrer de perturbações mentais", diz Jorge Monteiro. Dentro da esquadra da PSP junto à estação de comboios de Oeiras, a vítima foi ouvida pela polícia, mas segundo Jorge Monteiro, acabou por não apresentar queixa. "Ela estava na altura muito transtornada e só queria ir embora". A PSP ficou de mãos atadas, limitando-se a registar a ocorrência. O indivíduo não foi detido e partiu em liberdade. "Os agentes voltaram a chamar-me e ficaram com os meus dados para o caso de ser necessário identificá-lo mais tarde", conta o comerciante acrescentando que tanto o suspeito de homicídio como a vítima não eram utentes habituais da estação de Oeiras. "Trabalho aqui há mais de 30 anos e conheço bem as pessoas que habitualmente apanham aqui o comboio", esclarece Jorge Monteiro. Contactado pelo DN o departamento de Relações Públicas da CP esclareceu que não teve conhecimento deste incidente. Caso contrário e, de acordo com fonte da CP, o procedimento correcto passaria por alertar o Comando-Geral da PSP e todas as estações da Linha de Cascais da CP. Dias mais tarde, Bruno Leal morreu debaixo de um comboio na estação de Belém. A sua morte ficará para sempre como o primeiro homicídio a ser cometido nas linhas de comboio do país. O funeral do jovem sai hoje, às 10:30 h, da Igreja de Leceia para o cemitério de Barcarena.

(In:http://dn.sapo.pt/2006/01/12/cidades/morte_jovem_belem_podia_sido_evitada.html)

Nota: Há que confirmar se foi de facto o primeiro homicídio com comboio...

No comments:

Post a Comment